quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Foto de Porto Alegre!!!


Caramba! Hoje o dia foi inteiro praticamente de treinamento, obter novos conhecimento sempre é bom, mas cansa um pouco também. Espero que esses conhecimentos possam me ser útéis no meu dia-a-dia de trabalho, e com certeza serão. O dia hoje foi bastante legal, conheci gente nova, e fiz novas amizades com pessoas bastante legais.
Amanhã mais um dia de treinamento, que seja proveitoso enquanto dure!!!

Eu..em 3 versões













Madonna faz sua turnê mais grandiosa em "Confessions", que sai em DVD no Brasil


Madonna é a maior entertainer do mundo. Seus shows têm a imensidão que preenche o vazio que seus discos por ventura apresentam. Na terceira turnê mundial nesta década (nos anos 90, ela fez duas; nos 80, três), "The Confessions Tour", Madonna apresenta seu espetáculo mais grandioso até hoje, mesmo que não seja o seu melhor.Gravado em agosto de 2006, no Wembley Arena, Londres, o show do disco "Confessions on the Dancefloor" começa mais uma vez com Madonna com um chicote nas mãos, como começou com "Erotica", na turnê "The Girlie Show" (1993). A cantora cria um ambiente aristocrático-fetichista (aliás, ela "fetichiza" tudo ao seu redor) e mistura "Future Lovers" e "I Feel Love", de Donna Summer, com sadomasoquismo eqüestre.Com uma enorme crina negra sobre uma cartola, ela surge de dentro de um grande globo de espelhos, que se abre ao meio em forma de garras, enquanto cavalos cavalgam no telão e dançarinos são "montados" e dão coices, com rédeas e tudo. Ela sempre está no comando. E o produtor Stuart Price comanda a música do espetáculo com sabor de Les Ryhtmes Digitales.
O tema hípico continua com "Like a Virgin", na melhor performance da música, depois da interpretação emblemática da turnê "Blonde Ambition" (1990), em que ela se masturbava na cama com o sutiã em forma de cone. Aqui ela monta de forma acrobática numa sela de couro preta com tachas prateadas, que faz as vezes de um carrossel de parque de diversões adultas. Se esse é um dos pontos altos do show, a performance de "Erotica" é risível. Justo essa música, a mais, ahn, erótica de Madonna, diluiu-se, perdeu a sensualidade e ganhou uma versão "família". A mãe de Rocco, de colant branco com grafismos roxo e rosa e de botas brancas, transformou a música numa dança de salão, ou, em uma palavra, em "aerotic".
Dispensáveis também são as referências político-sociais em "Forbidden Love" (judeus x muçulmanos, o óbvio) e no remix de "Sorry", em que a cantora aparece apenas nos telões, que exibem também imagens de George Bush, Silvio Berlusconi, Tony Blair, Condoleezza Rice, Kim Jong Il, Bento 16, Ariel Sharon --os suspeitos de sempre-- e imagens de crianças pobres na África, além do endereço do site para ajudar Maláui (bem, Madonna ajudou e adotou uma criança de lá; mas, antes, ela ajudou a si própria ao chamar a atenção para o fato coincidentemente durante essa turnê que arrecadou US$ 96,8 milhões em 2006, a quarta maior em faturamento no período). Isso é de um proselitismo tão obtuso que apenas Bono, do U2, deveria fazê-lo.
Outro momento em que Madonna caminha à beira do abismo patético é em "Live to Tell", em que ela canta presa a uma cruz de espelhos com uma coroa de espinhos da qual caem pingentes vermelhos em forma de gota sobre o seu rosto, como se fossem sangue. Fosse qualquer outro artista, isso soaria cabotino, mas Madonna tem um histórico respeitável de profanação (desde o fogo na cruz em "Like a Prayer", de 1989), e essa performance reafirma sua posição, ainda que agora seja um tanto maquinal e chique, com roupas elegantíssimas de Jean-Paul Gaultier, responsável pelo figurino do espetáculo (destaque para o traje de Madonna em "I Love New York").
Bem mais erótico que "Erotica" é a enérgica interpretação e coreografia de "Let Will Be". De calça e camiseta pretas, Madonna provoca como uma das cantoras mais gostosas do pop que sempre foi. A edição do DVD, dirigido por Jonas Akerlund, potencializa a catarse nesse casso, mas é feérica um pouco além do necessário e um tanto equivocada em todo o show.
E os anos 70 chegam a partir de "Music Inferno", fusão de "Music", da própria, e "Disco Inferno", clássico da discothèque de The Trammps. Dançarinos de patins de dois eixos ("vintage"), precedidos por um pequeno clipe com os melhores momentos da carreira de Madonna, preparam o terreno para a fulminante aparição da cantora e suas duas backing vocals à John Travolta em "Os Embalos de Sábado à Noite". Sensacional, Madonna cria a maior discoteca do mundo.
O final, com "Lucky Star" misturado a "Hung Up" --1983 e 2005, o começo e o fim--, Madonna encerra as duas horas de espetáculo com uma capa na qual se lê Dancing Queen na parte externa. Por dentro, essa capa brilha e acende. Quando "Hung Up" chega propriamente, os dançarinos fazem um parkour-do-cirque-du-soleil pelas arquibancadas (eles já haviam mostrado essas habilidades urbanas e contemporâneas antes, em "Jump") e Madonna surge de óculos escuros, maiô, salto e meia-calça. Uma farra dos excessos dos anos 70, mas muito bem ensaiada. Balões metalizados caem do teto. "Time goes by so slowly...".
MARCELO NEGROMONTE - Editor de UOL Música